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Arquicast 206 – Arquitetura e Cinema: Aquarius
No episódio de hoje, voltamos a falar sobre cinema aqui no Arquicast, e dessa vez o destaque é para um filme brasileiro: “Aquarius”. Ambientado em Recife, mais especificamente na praia de Boa Viagem, o filme retrata um conflito presente em diversas cidades ao redor do mundo. Com uma história que se desenrola em partes, “Aquarius” busca estabelecer um paralelo entre os conflitos pessoais da protagonista e sua luta contra uma construtora que deseja adquirir seu apartamento para dar lugar a um novo empreendimento. O filme apresenta papéis claramente definidos na trama, com vilões e mocinhos, e tem como protagonista a talentosa Sônia Braga. Para discutir sobre o filme “Aquarius”, temos a participação especial de Janaína Pereira, jornalista pós-graduada em Cinema e colaboradora em diversos veículos de entretenimento. Na primeira parte do episódio, abordamos os aspectos gerais do filme, incluindo uma sinopse para situar aqueles que ainda não o assistiram. Conversamos sobre as principais personagens do filme, como Clara, sua família, a construtora, os funcionários do prédio e as amigas de Clara. A memória como personagem central, desde a introdução do filme até o papel das fotografias e a presença da família está também relacionada às temáticas da liberdade sexual e as relações interpessoais, assim como os paralelos criados na trama. Permanece ao longo da película o conflito entre o novo e o antigo, como a disputa entre o vinil e o streaming, o Facebook e os encontros pessoais, entre outros destacados pelo roteiro. O contexto urbanístico de Recife, abordando os conflitos relacionados ao patrimônio e aos novos investimentos, como o caso do Ocupa Estelita, traz à tona importantes discussões sobre a relação entre arquitetura, memória, patrimônio e desenvolvimento urbano. Por meio de sua narrativa envolvente e dos conflitos apresentados, o filme nos convida a refletir sobre os desafios enfrentados nas cidades contemporâneas, onde interesses econômicos muitas vezes se sobrepõem à preservação histórica e ao bem-estar da comunidade. A resistência de Clara em vender seu apartamento representa uma luta pela manutenção de sua história, suas raízes e sua conexão com o lugar onde vive. Esse conflito evidencia a importância de valorizar e proteger os espaços que possuem significado histórico e afetivo para as pessoas, em meio a um contexto de constante transformação urbana. Além disso, “Aquarius” aborda a desigualdade social e a divisão entre classes presentes na cidade de Recife. O contraste entre o luxuoso edifício Aquarius, habitado por Clara, e os apartamentos mais simples e populares do entorno é uma representação visual dessa divisão social. O filme também ressalta a importância da solidariedade e da união entre os moradores do prédio de Clara na resistência contra os interesses da construtora, evidenciando o poder das relações comunitárias na defesa de direitos e espaços de convivência. Em suma, “Aquarius” é um filme que dialoga de forma profunda com a arquitetura, explorando os significados dos espaços construídos, o embate entre preservação e desenvolvimento, a memória individual e coletiva, e as questões sociais presentes nas cidades contemporâneas. O filme convid