- After-Shows
- Alternative
- Animals
- Animation
- Arts
- Astronomy
- Automotive
- Aviation
- Baseball
- Basketball
- Beauty
- Books
- Buddhism
- Business
- Careers
- Chemistry
- Christianity
- Climate
- Comedy
- Commentary
- Courses
- Crafts
- Cricket
- Cryptocurrency
- Culture
- Daily
- Design
- Documentary
- Drama
- Earth
- Education
- Entertainment
- Entrepreneurship
- Family
- Fantasy
- Fashion
- Fiction
- Film
- Fitness
- Food
- Football
- Games
- Garden
- Golf
- Government
- Health
- Hinduism
- History
- Hobbies
- Hockey
- Home
- How-To
- Improv
- Interviews
- Investing
- Islam
- Journals
- Judaism
- Kids
- Language
- Learning
- Leisure
- Life
- Management
- Manga
- Marketing
- Mathematics
- Medicine
- Mental
- Music
- Natural
- Nature
- News
- Non-Profit
- Nutrition
- Parenting
- Performing
- Personal
- Pets
- Philosophy
- Physics
- Places
- Politics
- Relationships
- Religion
- Reviews
- Role-Playing
- Rugby
- Running
- Science
- Self-Improvement
- Sexuality
- Soccer
- Social
- Society
- Spirituality
- Sports
- Stand-Up
- Stories
- Swimming
- TV
- Tabletop
- Technology
- Tennis
- Travel
- True Crime
- Episode-Games
- Visual
- Volleyball
- Weather
- Wilderness
- Wrestling
- Other
50 anos da independência da Guiné-Bissau: o olhar do comandante Pedro Pires
A Guiné-Bissau comemora este domingo os 50 anos da sua independência. Neste quadro, a RFI propôs ao longo da semana uma série de reportagens e entrevistas alusivas à História do país e em particular ao período da luta de libertação. Hoje, no 11° capítulo desta série, o nosso convidado é o antigo Presidente de Cabo Verde, Pedro Pires, que participou na guerra de libertação da Guiné-Bissau. Na altura da independência, Pedro Pires era Comandante da Região Balana /Quitáfine, no sudeste do país, tendo participado em Maio de 1973 na tomada do quartel de Guiledge, uma batalha considerada decisiva para o fim do colonialismo na Guiné-Bissau.Mais tarde, depois da independência, Pedro Pires será quem vai chefiar a delegação que negociou com o Governo português o reconhecimento da independência da Guiné e quem vai assinar em 1974 o Acordo de Argel, formalizando esse reconhecimento.Volvidos 50 anos, na hora dos balanços, Pedro Pires recorda o que o conduziu a envolver-se nessa luta que resultou na independência da Guiné-Bissau e mais tarde, em 1975, na de Cabo Verde.Ao contar ter entrado nesse combate "por uma questão de ideal mas também de justiça, pelo ideal da liberdade, o ideal da igualdade e o ideal do progresso, o ideal de nós sermos donos do nosso destino e podermos liderar e gerir esse destino", o antigo comandante militar confessa, por vezes, sentir saudades daquele tempo. Um tempo "que era de sacrifício, de risco, de guerra, podíamos morrer pelo caminho mas o ambiente vivido, o entusiasmo, a vontade de ganhar, tudo isso criava um convívio. Não podemos repeti-lo. Foi algo, humanamente, muito enriquecedor", revela.Evocando o assassinato a 20 de Janeiro de Amílcar Cabral, o seu antigo companheiro de luta refere que "está claro que este facto marcou-nos por toda a vida porque perguntamo-nos 'Porque é que aconteceu? Porque é que foi assim?'. Poderia ter sido de outra maneira, ou aceitar o destino, o destino comandado de fora".Questionado sobre as dissensões que poderiam existir dentro do PAIGC e que teriam contribuído, segundo alguns estudiosos, para o assassinato do líder independentista, Pedro Pires vinca que o inimigo comum era o regime colonial. "Nesta coisa, estamos sempre a fugir às nossas responsabilidades. Nós estávamos em guerra contra o regime colonial português. O nosso inimigo era o regime colonial português. Quem queria destruir-nos era o regime colonial português. Portanto, temos de ter em conta que é o principal responsável de tudo isso (...). A questão das diferenças, a questão dos conflitos pessoais, há por todo o lado. Qual é o conflito maior que está na base disso? Está claro: é o projecto da destruição do PAIGC".Neste sentido, ao enaltecer as vitórias do partido em diversas frentes, Pedro Pires cita designadamente a audiência concedida em 1970 pelo então sumo pontífice, o papa Paulo VI, aos responsáveis do PAIGC, que foi uma bofetada ao regime de Salazar, e cita igualmente a batalha de Guiledge, da qual foi um dos arquitectos. O antigo comandante militar sublinha em particular a importância desempenhada pelos mísseis terra-ar Strela fornecidos pelos russos na fase final do conflito. "Estávamos a caminho da vitória porque estávamos em vias de conseguir a arma letal que neutralizou a superioridade estratégica e tecnológica do exército colonial, obrigando-o, em vez de utilizar os aviões, a andar a pé. Essa arma permitiu uma mudança de estratégia (...). De 20 de Janeiro a 22 de Maio, são quatro meses. Faz a diferença. Em quatro meses, com os recursos que já tínhamos e que Amílcar Cabral tinha conseguido, alcançamos a grande vitória que foi o fim do colonialismo na Guiné", destaca.Sobre o dia em que foi proclamada a independência da Guiné-Bissau, no dia 24 de Setembro de 1973 em Lugajol, nas matas de Madina do Boé, no leste do país,