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Bruxas, putas, cabras heréticas. Uma conversa com Luís Filipe Parrado
Dado o grau de inconsciência, a vida desinteressou-se de nós, e há uma nostalgia do túmulo que se sobrepôs aos nossos desejos. Sendo a realidade aquilo que é, sonha-se com vingança e, artisticamente, talvez esteja na altura de as musas nos darem cabo do canastro. Enquanto isso, aí fora tudo engendra bestas apressadas, industriosos monstros, ao passo que os mundos entrevistos e murmurados na cama enchem-nos de vergonha. Mas agora mais do que nunca era preciso que fosse posto a circular “um convite a não se levantarem esta manhã e ficarem com alguém na cama, a fabricar instrumentos musicais e máquinas de guerra”, uma que em vez de fazer mais baixas, desse alta aos que estão por aí tão mal aproveitados. Está outra vez quase tudo por fazer, ou, talvez melhor, por desfazer. Hoje, ser-se sensível ao mundo significa dar conta de todas as fases e metamorfoses desta doença que se ocupa inteiramente das nossas vidas. Quando todos procuram a evasão e o descanso, buscando refúgios para se declararem de férias, e sobretudo quando imploram um momento de tréguas é que fica claro como a guerra é a condição normal. Os vermes de um lado, esses anjos desmoralizados do outro, mas a vida resiste e começa de novo a cada dia em segredo, graças àqueles que persistem nesses gestos que não podem ser medidos nem contabilizados, os que resistem do lado de uma vida secreta. Para nos acompanhar, desta vez tivemos connosco Luís Filipe Parrado, professor de Português há três décadas, uma das presenças mais discretas e, ao mesmo tempo, das mais empenhadas na divulgação da poesia sem um programa nem fronteiras de qualquer espécie, comprometendo-se apenas, tal como acontece na poesia que ele mesmo vem escrevendo e publicando, com esse desejo de que o mundo tenha notícias daquilo que acontece do outro lado da vida.